sexta-feira, julho 29, 2005

...


Desabafo:
Se não atinjo (pum!) O Grau depressa,
é ele que me acerta (aaaaaaah…) a mim!

a

quarta-feira, julho 27, 2005

como se faz a Chuva - ainda as aventuras do Assis (ou um Olá! à amiguinha Lésse)

Ora um dia, estava eu tão sossegadinho, a tentar roer a unha pequena do dedo esquerdo da minha mãe, andavam os crescidos a reclamar com o cinzento do céu e a dizer que, às tantas, “ainda hoje chovia!!!”..
Então, como disse, estava quase quase a conseguir a posição óptima para roer a unha quando… susto!
Uns pingos grossos de água fria me atingiram no nariz… lambi depressa, para não perder o jeito do dente canino direito mesmo à esquina da unha e não me soube a sal… (pois, que se fosse lágrima seria salgada!)
Tive de parar! Aquilo era uma queda de água esquisita que eu não sabia explicar. Não parava. A minha mãe desatou ali aos pulos (lá se foi a unha…) e eu, acho que fiquei meio paralisado, meio atarantado, olhava o céu que se desfazia como um regador velho de brincar… caía-me aquela água em fios no nariz e nem se assustou quando eu me zanguei e lhe desatei a ladrar… auf, auf, auf, auf, auf…
E nada. Não parava. A minha mãe estava maluca de contente! Pulava debaixo daquele chuveiro invisível e cantava de alegria molhada… achei que o melhor era juntar-me a eles… já que não vencia aquele regador maluco mais valia que não lhe desse de caras a vitória sobre a minha engenhoca de roer unhas.
Resolvi morder-lhe a ele… mas não se via onde começava… nem tão pouco onde acabava a mão que despejava a água… tinha que morder qualquer coisa, ora essa! Então resolvi trincar os próprios pingos!
Assim fiz.
Zás! Cada um que me acertava a língua já de lá não se escapava! E zumba, e zás, mordi tanto pingo, tanto pingo que fiquei cheiinho de água na barriga…
Ah era?! Queria molhar-me?! Pois escondi as gotas todas dentro da minha barriguinha!
E roídas!
Por isso é que desde aí, quando do céu se abre a porta da água, ela cai em tiras… fui eu!

Eheh! O bravo cachorro que fez da água fatias fininhas…


É verdade que, mais tarde, me quiseram convencer que a estas linhas finas de água se chama chuva e que não é um regador invisível que a deita…
Oh…
Eu deixo-os pensar que me enganam, porque devem achar que temo a ideia de ser o céu inteiro a desfazer-se aos bocadinhos. …

os bichinhos de asas... - as aventuras do Assis, a saga continua

O que não fizeram a tempo foi avisar-me que há bichinhos com asas e muito arrepio que não estão sempre de bom humor e, às vezes, se viram do avesso…
Foi no dia em que encontrei um bicharoquito estranho a rabear lá pelo terraço… fazia bzzz bzzz bzz e não saía do sítio.
Parecia tolo. Rodava no chão, com as asas rentes ao piso e praguejava numa língua esquisita que me fez cócegas nas orelhas e festinhas no nariz quando lhe dei um toque para se virar.
Eu queria ser ‘miguinho! Era mesmo para ajudar, para poder olhar-lhe nos olhos sem ter de fazer o pino e tentar perceber o que diziam aqueles bzzz bzzz todos…
Mas não é que a tola criatura se voltou mesmo e, como se dançasse uma coisa entre brake-dance e hula-up, saltou-me para a covinha que faz o meu nariz e ficou mesmo direitinha entre os olhos esquerdo e direito que, por estar tão perto, a viam abicudada…
Claro que não a conseguia perceber naqueles preparos! Era isso que lhe queria explicar quando, com todo o jeitinho, estiquei a minha patita esquerda dianteira, para a levar ao chão de modo a olhar p’ra mim ao mesmo tempo que eu a fixava. – é que ela era mesmo gira, parecia a Sininho, com as asas em turbilhão e a Wendy de camisa de noite às riscas amarelas…
Saiu-me cá um Capitão Gancho…
Diacho! Saltou, rodopiou, esvoaçou na minha direcção e zummm, ferrou-me de esguelha a esquininha à beira do olho esquerdo.
Aquilo doeu! Olha que tolo bicho!
E eu que queria só dar-lhe uma palavrinha… e depois, como se não bastasse, bateu asas e sumiu…
Deixou-me atordoado mas curioso.
É que o olho começou a fechar, a fechar, a fechar, até que ficou só uma nesguinha e eu sentia a cabeça arejada, quer dizer, inchada daquele lado, como se fosse um balão esquerdino.
Fiquei a ver tudo desfocado. Era engraçado, as plantas lá de casa ficaram estreitinhas, as portas, de repente, mudavam de lugar, a minha testa queimava e eu tropecei, nessa tarde, mais vezes nas orelhas do que era normal…

Por fim ela voltou p’ra casa, vinha do trabalho – acho eu – porque quando olhou p’ra mim atirou com a pasta p’ro alto (que quase me espalmou, não fosse eu ser tão rápido a esquivar-me de tudo que parecesse levantar-se no ar p’ra morder a seguir…)
Meteu-me no carro e lá viajei outra vez ao sítio onde me abriam a boca para ver se sabia morder aqueles pauzinhos espalmados para a língua.
Disseram-me para não brincar mais com Vespas ou Abelhas… não percebi quem eram essas?! Quando lá chegámos só tinha estado a dizer olá à Lira e à Isis que são duas cachorras simpáticas como eu…
Fiquei sem saber quem eram essas outras…
Vespas e Abelhas… que nomes esquisitos…

domingo, julho 24, 2005

ao Sacha, a história de Quando o Assis desejou ser passarinho


(o Assis, numa foto de pfern)

Há uma história que eu não posso contar sozinho…
É uma coisa bonita, que me aconteceu na vida e me fez perceber muitas coisas. Daquelas coisas que só são boas porque há quem nos faça festinhas e nos explica aquilo que não podemos perceber sozinhos.
Daquelas coisas que só acontecem uma vez na vida.

Esta história, só posso contar com ela a dar-me colinho.
É que ainda me custa um bocadinho perceber que não podemos fazer do muito querer, tudo, tudinho!
Vou ver se ela pode.
Se me ajuda a contar o segredinho…
A história é mais ou menos assim:

Eu era muito, muito pequenino.
– Eras um gordinho – acrescenta ela!
Pois, era gordinho mas tão pequeno que ainda tropeçava nas orelhas, lembras-te? E andava sempre com o queixo arruinado? (e ela faz-me festinhas no alto do miolo e entre as orelhas umas cóceguitas).
Um dia, andava eu a regalar-me com o solzinho e as corridas aos pulos pelos riscos do jogo da macaca quando, mesmo ali no beiral do muro, um bichinho de boca muito fininha e esbranquiçada, parou a rir-se para mim e falou baixinho, numa língua muito musical, com umas palavras que eu não sabia o que queriam dizer. Só que era linda, a cançãozinha que ele cantava. E dava uns pulitos que pareciam estar de acordo com a cantiga (lembras-te, perguntei-lhe. E ela abanou a cabeça sorrindo!)
Então eu tentei ir conversar com ele, mas de cada vez que me aproximava ele dava uns pulitos rápidos e afastava-se. Eu tentava chegar-me mais e ele voltava a fugir-me… eu corri depressa e… ele abriu um casaco no alto das costas e atirou-se ao ar… oh… eu também queria que os meus braços se abrissem assim e me deixassem sair da terra… mas quando experimentei, aterrei à doida do outro lado do muro, magoei o braço esquerdo com o jeito que lhe dei e ele tinha, entretanto, desaparecido. Fiquei tão triste. Tão triste que nem as festinhas dela nesse dia me alegraram…
Mas na manhã seguinte, que sorte, ali estava ele! Pendurado a bicar o vidro da janela lá da sala. Primeiro pensei que aquela boquinha finita que lhe saia da cabeça não dava jeito nenhum para roer brinquedos (coitado) mas depois percebi que servia lindamente para fazer aquele tic tic tic toc, que parecia sapateado… e como eu gosto de música bem ritmada, assim num estilo “pantera cor-de-rosa”, conhecem?!
Essa foi uma manhã atribulada, eu tinha ficado sozinho em casa e as janelas eram coisas difíceis de abrir. Queria ouvir o que aquele tipinho dizia mas com os vidros pelo meio nada se conseguia. Então ele deve ter percebido a minha preocupação e, em vez de cantarolar baixinho como tinha feito no outro dia, apenas bateu com aquela boquita esquisita que tinha, lá na janela que dava para a varanda da cozinha.
Tivemos uma longa conversa sobre bailados e jogos de escondidas, sobre saltos e piruetas de bonecada. Ele percebia o que o meu nariz colado ao vidro lhe dizia (sim, que abrir e fechar as narinas constrói palavras diferentes para quem se dedica a entender a língua de quem quer ser amiguinho!) e eu sabia o significado que cada toquezito ou unhada no vidro produzia.
Entendemo-nos tão bem que, a certa altura, estávamos ali os dois, olhos nos olhos em sintonia, apenas com o vidro da janela pelo meio sem deixar que o ar respirado fosse o mesmo.
Combinámos ver-nos no outro dia.
Mas alguma coisa falhou, porque a chuva foi tanta que eu mal consegui sair para dar uma corrida.
Uhm… fiquei preocupado. Onde será que ele vivia? Seria quentinha, a casa? E como será que comia? Aquela boca fininha preocupava-me. E ela dizia sempre que não se podia viver só de brincar, era preciso comer toda a comidinha!...
Onde será que ele andaria?

Passaram alguns dias de chuva grossa e fria. Eu tentava sair mais vezes mas ela não queria que eu andasse a passear-me pela rua de nariz no ar como se tentasse cheirar o caminho que a chuva fazia… não era por isso que eu andava a pesquisar o ar… queria saber onde é que ele estaria!
Finalmente os dias melhoraram e num fim-de-semana, logo a seguir, andei pelo terraço em correria. Quase me tinha convencido que a visita do bichito de casaco largo às costas tinha sido um sonho quando… Surpresa! Pendurados nos fios duns postes lá na rua estavam muitos, muitos sujeitinhos como aquele que eu conhecia… pareciam combinar qualquer coisa! Ah, que curiosidade que eu sentia…
Desatei aos saltos a ver se eles me viam, olhavam em redor e saltitavam uns entre os outros, parecia mesmo que se preparavam para qualquer coisa. E eu ali, pulando, pulando de cabeça no ar como desde o primeiro dia.
Às tantas, o meu amigo desaparecido veio na minha direcção, parecia que planava no ar… oh, como devia saber bem, sentir ventinho na barriga e ver do alto as pedrinhas, os poisos, as cabeças, os brinqueditos… chegou-se mesmo ao meu nariz e, sacudindo os braços (pareciam xailes como a avó dela às vezes trazia) ficou-se ali a dar-me bicadinhas e a cantar um segredito.
Depois riu-se, deu meia volta e, dobrando a cabeça à descolagem, abanou a ponta do dedo mais comprido da estranha mão direita, como se me fizesse um adeus como os que ela faz quando se prepara para ir trabalhar…
Fiquei ali a vê-lo chegar junto dos outros todos ainda nos fios.
Chegaram mais uns cinco ou seis e, como por magia, saltaram todos juntos e desenharam figuras bonitas no céu desse dia…
Lá parei a imaginá-los, suspensos no ar… parado no meio do terraço, quieto ainda sem saber como pensar.
Apareceu ela, que me perguntou que via… e então disse – ah, os passarinhos… estás a ver os passarinhos, amiguito?
Então era isso que eles todos eram, pensei eu, passaritos?!
Lambi-lhe o nariz a correr e tentei saltar mais alto para ver se lhes podia acompanhar a dança, mas estatelei-me todo torto sem jeito para assim ficar.
Ela voltou a rir para mim e lá me explicou que os passarinhos voam; que têm asas e, por isso, andam em cima do ar; que são quase feitos por magia, com ossinhos finos para voar…
Mas… como é que havia eu de lhe contar o que o meu companheiro me tinha vindo dizer? Acho que choraminguei um bocadito, porque ela deu-me colo, fez-me festas e resolveu conversar comigo como se tivesse combinado com ele fazer-me aceitar.
O que se passava era isto, nunca me tinham feito nada que me fizesse perceber que, às vezes, mesmo aqueles de quem muito gostamos podem não estar sempre connosco. Nunca ela se foi embora tantas horas que eu ficasse aflitinho com medo dela não voltar. Nunca me tinham vindo dizer aquela palavra: adeus! … que era isto, - adeus!? –
Tentei sacudir com força as minhas pernocas da frente e encolher as patas de trás para ver se assim me levantava no ar, como ele, mas não consegui. Ainda me ficou a doer o músculo mais valente do braço, com a tentativa… e ela lá me segurou e então explicou:
Que às vezes é preciso ir embora dos lugares por uns tempos, para fazer outras coisas da vida… que é preciso procurar caminhos diferentes e amigos novos… que quando se deixam companheiros queridos, mesmo que por um tempo comprido, sabemos sempre onde havemos de nos encontrar.
Não é preciso andar sempre agarrado.
Não é preciso, sequer, andar do mesmo modo (como eu com quatro pés, ela sempre com dois e este amiguito novo de asas – é esse o nome do casaco das costas – no ar)… tenho a impressão que percebi. Mesmo porque ele disse que um dia voltaria. Eu só tinha que o lembrar…
Disse-me ela mais tarde que, a esse lembrar, se pode chamar pensar com a imaginação…

Mesmo porque, mal eu sabia, daí a uns tempos seríamos nós a ir viver para outro sítio… onde eu, mal podia imaginar, iria viver aventuras mais malucas que as que agora acabo de contar.

sexta-feira, julho 22, 2005

há dias assim



Há dias em que fico de cabeça perdida...

anda toda a gente doida à minha volta!
quase como é usual dizerem-me: diz como o "outro", que
o inferno são... os outros!
nem isso.
hoje,
o inferno sou eu.
e sei-o. e sinto-o.
...
felizmente, daqui a muito pouco, isto passa e: vou dormir!


depois ainda há quem diga que vida de cão é leve...
só más línguas!
a


quarta-feira, julho 20, 2005

imaginava eu...

Ao Paulo
que me fez Pai sem aviso prévio... mas também, quem precisa de aviso, se é para dar à luz uma palavra?
a
“Imaginava eu que havia tratados da vida das pessoas, como há tratados da vida das plantas, com tudo tão bem explicado, assim parecidos com o tratamento que há para os animais domésticos, não é? Como os cavalos tão bem feitos que há!
Imaginava eu que havia um livro para as pessoas, como há hóstias para cuidar da febre. Um livro com tanta certeza como uma hóstia. Um livro pequenino, com duas páginas, como uma hóstia. Um livro que dissesse tudo, claro e depressa, como um cartaz, com a morada e o dia.

Mas eu andei a procurar por todas as vidas uma para copiar e nenhuma era para copiar.
Como o livro, as pessoas tinham princípio, meio e fim. A princípio o livro chamava-me, no meio e livro deu-me a mão, no fim fiquei com a mão suada do livro de me ter estendido a mão.
Talvez que nos outros livros… mas os títulos dos livros são como os nomes das pessoas – não quer dizer nada, é só para não se confundir.

Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.”
José de Almada-Negreiros (O Livro)

segunda-feira, julho 18, 2005

gatos-de-porto

Deambulações dos gatos-de-porto que não nasceram, ainda:
José nunca tinha estado doente e, como era de esperar, quem nunca soube o que era estar doente, nem bem podia adivinhar como se sentia o outro, ali, meio esmoído, todo quebrantado, como se o mundo lhe tivesse caído nas costas e nada pudesse fazer para se levantar dos escombros de quem ele próprio fora.
Em boa verdade, José pensava, não havia necessidade nenhuma de ter sabido antes o que era estar doente para poder perceber como sente quem passa as dores, não é?! Há coisas que mais vale mesmo nunca ter experimentado… isso não quer dizer que não possa sentir também como o outro que nos é bem chegado sente, ora não? Era nesta teia de pensamentos que o José trauteava baixinho uma cantiga de embalar para fazer dormir o gatozinho dos dois, que parecia ter-se lembrado da falta da ninhada irmã e com isso tremia de frio, como vara verde em dia de vendaval. José para ali estava, cantando calado ao rafeirito e desafinando o arrepio do amigo que não via melhorar.

domingo, julho 17, 2005

Image Hosted by ImageShack.us
às vezes...

Andei a treinar-me para as marés sem rumo e os dias sem costa e a vida sem farol nem qualquer luz de guia e vim aqui parar…


segunda-feira, julho 11, 2005

de Mar A_mar...



de Mar A_mar…
Tema inspirador e “viajante”, este que nos propõe agarrar ímpetos de descoberta nos domínios da Universidade de Coimbra. Mais uma vez sairá na aventura, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação… lançando-se no desafio de traçar percursos, de delinear rotas seguras e fazer fruir o gozo das marés sob a luz da lua. Ao sol!
Partamos então em viagem, pelo saber cuidado, pela abertura a novas ilhas de segredos, pela busca de tesouros por descobrir em todos e em cada um.
Lancemo-nos ao mar e venham de lá turbulências várias, que nos agitem, nos aflijam, nos invadam… nos mobilizem no melhor que a Ciência Psicologia e as Ciências da Educação têm (ainda tanto) para revelar!


[a acontecer: VIII Semana Cultural da UC 1/8.Março.2006
Fica o CONVITE no ar ou lançado na maré de planos a concretizar…
Como prefiram a viagem, por ar ou mar…
Importa que venham e estejam e participem e questionem e interroguem mais e procurem ainda mais longe e… ...]



domingo, julho 10, 2005

porque há doidices felizes... :)



doidices que nos chamam à razão!
Há razões que nos devolvem ao delírio.
Há alturas em que, só no fundo de nós, encontraremos pontos de exclamação
para as dúvidas do caminho.
Há andanças que nos levam a contemplações cálidas.
Há degelos que nos cortam o bater vivo do coração…



E volta, logo a seguir, o frenesim de mais fazer,
O desejo de melhor avançar,
O mistério de nos deixarmos


…entregues ao devaneio da inquietação:
_ _ _ Que fazemos aqui?


(só deixar um Xi-abracinho, doido!)

domingo, julho 03, 2005

sei que percebes...



Sabes que estou aqui para ti.
Sabes que sim, não é?... sim, sei que percebes.
Que compreendes que te diga que volto e, afinal, fique presa. Que queira saber mais, ler mais, ouvir mais... e me escoe o tempo sem marcha certa.
Mas importa que saibas, que percebas, que quando te escrevo (oh, e como me escrevo, quando a ti me lançam as letras a sair em disparada da ponta dos dedos...): Volto! - Faço-o/digo-o, porque, na verdade, eu vou estar sempre aqui!

… ainda que aconteçam “impressões esquisitas” no percurso entre o pensado/sentido ao verbalizado… mais ou menos como quando:

Às vezes parece que nenhuma palavra quer ver-se escrita, que nenhuma ideia deseja sair (para a apreciação dos outros), que nada, mesmo nada, deve ser (sequer) pensado…
Nessas horas, antes deixar tudo quieto, tudo estreito, tudo incerto… até que a luz surja e a respiração volte, num sopro, a fazer bater mais forte…
O peito.