terça-feira, junho 21, 2005

Um átomo a mais que se agitou

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e se isto fosse um átomo? um átomo aquecido pelo nosso espanto pela vida... era uma átomo agitado. Garanto! (sim... é o Rio Mondego feito espelho, ao fundo dos campos, verdes de arroz) (sim, a foto foi o meu olho esquerdo que escolheu. Sim, a fotografar nunca fui dextra!)
mmmmmmmmmmmmmmm
mmmmmmmmmmmmmmmmm
Álvaro de Campos escreveu um dia ...TUDO É A RAZÃO DE SER DA MINHA VIDA isto deixa-nos a pensar, não é? O facto de andarmos feitos tontos, em busca de algo especial que seja razão de ser das nossas vidas faz-nos perder momentos únicos em que a vida não espera que a alcancemos para nela descortinar o tal mais-que-tudo, a tal razão especial... porque havemos de andar em busca de uma razão especial? Porque não podemos encontrar razão de ser para a nossa vida no mais insignificante momentinho de vida que experimentamos?! Porque havemos de andar sempre tão insatisfeitos quando, afinal, a insatisfação começa onde não soubemos dar lugar a um valor mais forte, a uma razão mais funda, a um querer mais aguerrido, a um crer mais verdadeiro na grandeza da vida? Ela própria, a vida, deve querer-nos vivos, não? Tudo é razão de ser da nossa vida! Precisamos é dar-lhe sentido! A tudo! À Vida! Porque nos zangamos sem saber que rumo dar aos nossos dias, porque razão perdemos a razão de ser das nossas vidas? Porque nos distraímos, só porque andamos muito distraídos, preocupados com o tempo, preocupados com a vida ...e...
... depois dizem que quem não tem problemas que os inventa. Toda a gente quer ter problemas. Senão de que é que havia de se falar? Crise. Então não é esta a tão badalada palavra?Crise da economia. Crise da adolescência. Crise da idade adulta. Da meia idade. Da terceira idade. De tudo. De qualquer coisa. É só de crise que se ouve falar. Ou houve? Há crise. A crise vive-se. Convive-se com ela. Aprende-se a viver com ela. Por ela. POR CAUSA DELA ou APESAR DELA. E serve-nos de desculpa. Somos todos vítimas da crise. De consciências. De incompetências. De maledicências. De hábitos. Dos hábitos que deixámos instalar e nos tornaram assim ausentes. Despreocupados. O quê? Despreocupados? Como, se andamos sempre tão aflitos por causa da crise. Com a crise?! Qual despreocupados? Andamos sempre tão aflitos! Os filhos por causa das notas. Os pais por causa das notas. Os professores por causa das notas. Mas que notas?Claro. Aquelas a que a nossa consciência costuma acrescentar o BEM: «nota bem» diz-nos ela, (a consciência), tentando lembrar-nos das tais lembranças, sonhos, vontades, desejos, preocupações, alegrias e tristezas de quando éramos tão pequeninos que apenas procurávamos ser pessoas. Boas pessoas. Pessoas boas. Daquelas que têm sonhos. Daquelas para quem viver era ver o sol todos os dias. Mesmo quando chove. Mesmo quando há noite. O sol. A lua é o sol da noite. Ah! Quando todos os dias são bons para acordar e começar mais um degrau de qualquer sonho. Porque o sonho é estar acordado. É a vida... Há quanto já nos esquecemos disto?
Parece que toda a gente se esqueceu que a sua vida «É UM ÁTOMO A MAIS QUE SE AGITOU» e se agitou bem. Para bem.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu tb sou assim..vou por andando por aí procurando a tal razão especial..
Tenho muitas vezes aquela sensaçao de não me querer dar aos poucos ,como dizia Pessoa também eu quero por tudo o que sou no que faço, mas sei que só porei tudo de mim no tal algo especial, os outros momentos por os saber apensas unicos mas não a tal razão especial só me permitem uma entrega parcial, então, vou pondo pouco de mim, só o essencial nos restantes momentos,vou não gastanto, não arriscando em momentos apenas únicos mas não especiais..
Na verdade vou vivendo como Ricardo Reis,para quê viver intensamente se o momento pode acabar?Para quê a sensação de perda?
Assim, vou semi-vivendo e vou pensando que viverei verdadeira e inteiramente quando encontrar a tal razão especial( aqui entre “nós” talvez fuja se encontrar a tal razão especial..quero-a de mais para a arriscar perder..e como só perdemos o que temos..talvez prefira nunca a ter verdadeiramente..e viver pensando que a terei um dia..)
Vou não vivendo intensamente momentos pequenos e únicos porque só conseguirei ser toda no especial e ser-me pela metade não me agrada, vou provavelmente não viver a tal razão especial porque terei medo de a perder, vou assim evitando cair mas não vivendo..

7:18 da manhã, agosto 03, 2005  

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