quarta-feira, julho 27, 2005

os bichinhos de asas... - as aventuras do Assis, a saga continua

O que não fizeram a tempo foi avisar-me que há bichinhos com asas e muito arrepio que não estão sempre de bom humor e, às vezes, se viram do avesso…
Foi no dia em que encontrei um bicharoquito estranho a rabear lá pelo terraço… fazia bzzz bzzz bzz e não saía do sítio.
Parecia tolo. Rodava no chão, com as asas rentes ao piso e praguejava numa língua esquisita que me fez cócegas nas orelhas e festinhas no nariz quando lhe dei um toque para se virar.
Eu queria ser ‘miguinho! Era mesmo para ajudar, para poder olhar-lhe nos olhos sem ter de fazer o pino e tentar perceber o que diziam aqueles bzzz bzzz todos…
Mas não é que a tola criatura se voltou mesmo e, como se dançasse uma coisa entre brake-dance e hula-up, saltou-me para a covinha que faz o meu nariz e ficou mesmo direitinha entre os olhos esquerdo e direito que, por estar tão perto, a viam abicudada…
Claro que não a conseguia perceber naqueles preparos! Era isso que lhe queria explicar quando, com todo o jeitinho, estiquei a minha patita esquerda dianteira, para a levar ao chão de modo a olhar p’ra mim ao mesmo tempo que eu a fixava. – é que ela era mesmo gira, parecia a Sininho, com as asas em turbilhão e a Wendy de camisa de noite às riscas amarelas…
Saiu-me cá um Capitão Gancho…
Diacho! Saltou, rodopiou, esvoaçou na minha direcção e zummm, ferrou-me de esguelha a esquininha à beira do olho esquerdo.
Aquilo doeu! Olha que tolo bicho!
E eu que queria só dar-lhe uma palavrinha… e depois, como se não bastasse, bateu asas e sumiu…
Deixou-me atordoado mas curioso.
É que o olho começou a fechar, a fechar, a fechar, até que ficou só uma nesguinha e eu sentia a cabeça arejada, quer dizer, inchada daquele lado, como se fosse um balão esquerdino.
Fiquei a ver tudo desfocado. Era engraçado, as plantas lá de casa ficaram estreitinhas, as portas, de repente, mudavam de lugar, a minha testa queimava e eu tropecei, nessa tarde, mais vezes nas orelhas do que era normal…

Por fim ela voltou p’ra casa, vinha do trabalho – acho eu – porque quando olhou p’ra mim atirou com a pasta p’ro alto (que quase me espalmou, não fosse eu ser tão rápido a esquivar-me de tudo que parecesse levantar-se no ar p’ra morder a seguir…)
Meteu-me no carro e lá viajei outra vez ao sítio onde me abriam a boca para ver se sabia morder aqueles pauzinhos espalmados para a língua.
Disseram-me para não brincar mais com Vespas ou Abelhas… não percebi quem eram essas?! Quando lá chegámos só tinha estado a dizer olá à Lira e à Isis que são duas cachorras simpáticas como eu…
Fiquei sem saber quem eram essas outras…
Vespas e Abelhas… que nomes esquisitos…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

ha textos assim..que nos provocam sorrisos persistentes..:) Nunca fui muito dada a leituras, acho que nem quando era pequenina(mais pequenina)mas os teus textos, as aventuras dele..sabem bem..fazem bem..aquela sensaçao de "hum..tao bom" que se tem quando recebemos um miminho e depois ficamos quietinhos..os teus textos sao assim..para antes de ficarmos quietinhos..:) brigada por tão suavemente contares as traquinices desse tolinho e dessas outras dos nomes esquisitos..as vespas e as abelhas :)

6:13 da manhã, agosto 03, 2005  

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