quarta-feira, agosto 03, 2005

pela nossa acção...

... se é ao mesmo tempo melhor e pior, o mundo, felizmente, mudou. E (...), enquanto formos vivos, pela nossa acção, o mundo irá sempre mudar.
Bento de Jesus Caraça

11 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

muda quando nos mudamos não é Maria? um excelente dia para si...

8:52 da manhã, agosto 03, 2005  
Blogger Sérgio Gonçalves said...

O mundo muda quando mudamos a nossa maneira de o ver. E aí ... o mundo muda com as nossas mudanças.

Uma frase cheia de significado, e, presumo, de intenção também.

5:10 da tarde, agosto 03, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

Cãocordo com o moço!

5:15 da tarde, agosto 03, 2005  
Blogger maria said...

Andam a fazer-me saltar a veia das citações... cá vai mais uma, mais ou menos assim:
A verdadeira viagem da descoberta não será tanto a busca de novas paragens mas a possibilidade de conseguirmos vê-las com outros (novos) olhos... a ideia é de Marcel Proust, claro, a frase não é exactamente assim mas não a consigo organizar melhor.

Sim, julgo que sim. Importa que nos atrevamos a mudar.
Fëaraniâ, é como o caso das lembranças e das considerações à volta da memória do que fizemos (ou não), do que dissemos (ou não), não é? o absurdo em que, por vezes, caímos não é menor ou pior que aquele em que podíamos ter desembocado caso tivéssemos sido ou feito ou dito de outro modo... era diferente, tão só. Era Outro!

e é melhor calar-me... com isto que aqui disse lembrei-me d'outra coisa, agora chinesa, diz mais ou menos isto:
Todos temos cem vidas mas, só uma merece ser lembrada. Esta pode ser a tua. Não a desperdices...
e Sim, a frase do Bento de Jesus Caraça comporta uma clara, muito clara intenção!

:)

6:46 da tarde, agosto 03, 2005  
Blogger dulcehelenaguerreiro said...

Se nada mudasse nós deixávamos de sentir. Que sentimos nós senão diferenças? Se estiver sempre calor nunca teremos frio. Com as mudanças aprendemos a distinguir. Um bom mês para ti também, cheio de mudanças.

12:05 da manhã, agosto 04, 2005  
Blogger Dinamene said...

Maria, conheces o «märchen» do Novalis, «Jacinto e Botão-de-Rosa - Uma botânica do amor»? Não é a primeira vez que falo nele, porque me ocorre muita vez. É o primado da imaginação sobre as leis do pensamento. O jovem Jacinto parte à procura da «Virgem Velada», Botão-de-Rosa, quando esta se encontrava mesmo ao pé dele. E a explicação, para mim, vem em «Os discípulos de Saïs»: «Que necessidade temos de percorrer com custo o mundo tenebroso das coisas visíveis, uma vez que o mundo está dentro de nós, purificado, no fundo da fonte?»
Desculpa o comprimento do comentário.
Um bom dia que tenho a noite pela frente.

2:50 da manhã, agosto 04, 2005  
Blogger Sr. Jeremias said...

O mundo muda todos os dias, mas o mundo mais importante de todos está dentro de nós, porque quanto ao outro já deixei de ter esperança...

11:44 da tarde, agosto 04, 2005  
Anonymous Anónimo said...

M=N-R: esta será a equação para explicar o papel da resistência no processo de mudança. Na equação, Mudança (M) é igual a Necessidade(N) menos Resistência(R). A mudança só acontece quando a necessidade percebida (que gera vontade de mudar) é maior do que a resistência (equivalente a apego ou medo de perder, consciente ou compulsivo, racional ou irracional). Não haverá mudança, se a resistência for igual ou maior do que a necessidade. O objectivo de qualquer resistência/resistente é produzir desistência. Eu resisto porque eu tenho medo. Resistir nada mais é do que insistir em ficar onde eu estou, ou seja, em desistir de mudar e crescer. Resistir é uma forma de esconder a minha fragilidade, a minha limitação, a minha incapacidade de acompanhar o movimento eterno da criação. Resistir é sobretudo uma forma de evitar, ao custo que for, seja de modo ostensivo ou de modo muito subtil, as mudanças e transformações que eu preciso realizar para me realizar ou seja, para me tornar uma pessoa real, deixar de ser uma mera ficção. Resistir, desistir, renegar a evidência da mudança é alhear-nos do mundo, esse que nunca pára! E o sonho que comande a vida, como bola colorida nas mãos de uma criança.
Parabéns pelo blog, sonhem, mudem o mundo, evoluam e… cuidado com a superficialidade!

12:52 da manhã, agosto 05, 2005  
Blogger Antonio stein said...

Olá, Maria

Detesto lamechices e a maria é uma lufada de ar fresco...areja-se por aqui.
Se escreva! Vai-se gostando.

E tu Mundo,fica-te por aí, que eu vou de férias, vou fazer de conta que não existes por uns tempos.

Boas Férias

4:22 da tarde, agosto 05, 2005  
Blogger maria said...

“…O objectivo de qualquer resistência/resistente é produzir desistência. Eu resisto porque eu tenho medo. …”

[Esta frase é tão atempadamente curiosa que acabou por ser a que me “obrigou” a seleccioná-la neste comentário tão lógico quanto intrigante quanto apelativo quanto motivador quanto ponto-de-partida para mais reflexão.
Por tudo isto: Obrigada, caro (ou cara) anónimo/a!]

Vamos lá: atendendo à reflexão proposta, há dias, no abnoxio2, sobre o tipo de blogs produzidos por homens e/ou por mulheres, esta ideia de resistência como “força de bloqueio” aqui apresentada e a ideia de resistência como força de mudança, tantas vezes, na situação de combate político, vem mesmo potencialmente “servir” a tese da distinta orientação de tais blogs: os de homens especialmente políticos e, os de mulheres, tendencialmente intimistas… é mesmo engraçado como a mesma palavra em contextos tão próximos ainda que tão, aparentemente, diferentes, tenha forças opostas… politicamente circunscrita refere-se à força pela mudança; no registo intimista estará a usar-se como contrária, oposta à urgência de mudança!

Resistência como desistência e resistência como efeito do medo… ora, eu posso até andar em círculos a repetir-me mas, no que toca ao medo, não creio que seja este a provocar a desistência, vejo-o mais como capaz de colocar (quem tem medo) em fuga. Ainda que seja uma fuga para a frente. Ou, como também por aí na blogosfera referi, a correr. A pessoa (com medo) corre. Corre para não cair.

Depois ainda tece outra consideração que me mexe uns cordelinhos (talvez devido ao espírito com que fui sendo educada e como me tenho vindo a educar a mim) quando diz “Resistir é uma forma de esconder a minha fragilidade”, incrível… não me passaria nunca pela cabeça entender a resistência e o acto de resistir como modo de esconder fragilidade! Nunca veria a coisa assim. Nunca.
Resistir, para mim, será sempre forma de, contrariando o mais fácil, o imediato, o linear, o supostamente óbvio… bom, contrariar aquilo em que não se crê.
Resistir por se acreditar ou julgar mais justo, mais válido, melhor, maior, por se Acreditar num outro caminho, numa outra escolha que não essa (aquela) que pode parecer a escolha naquela circunstância.

Eu resisto.
Mas não resisto como forma de fingir medo… o medo leva-me a partir.
A resistência é-me prova de que ainda acreditarei numa (qualquer) outra alternativa. Não sei se certa. Não sei se a melhor. Não sei sequer se verdadeiramente alternativa, mas diferente da oferta.
Por isso resisto. Porque creio que mudar é possível.
Quando se conhece, se vê ou se intui o objectivo porque nos lançamos na descoberta.
Porque sabemos existir O objectivo e é para ele que queremos dirigir-nos.
Então resistimos a tudo. A toda a dor. A qualquer perigo. À contrariedade. À fadiga. À tristeza. Ao abandono. À solidão. … Resistimos sempre que sabemos que alguma coisa maior, alguém, uma tarefa, um desejo, uma realização… está ainda a precisar que nós lá cheguemos. É isso que é, para mim, resistir!

4:18 da manhã, agosto 06, 2005  
Blogger maria said...

Mais, mas isso verei amanhã, que neste momento até já tenho os olhos a dar horas... há um livro do Sepúlveda (acho que n0 Nome de Toureiro) que é feita referência a isto, à dor que o ser humano consegue suportar quando acredita. Chamando-se a isso "resistir"...
amanhã verei e transcrevo!

(aproveito para cumprir a proposta do Tito, partilhar leituras maiores!)
:)

4:22 da manhã, agosto 06, 2005  

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