quarta-feira, janeiro 17, 2007

Sobre filhos

Começar por escrever um título impossível é uma coisa curiosa.
Não tenho filhos e fazem-me falta. Sim, adoraria ter…
Como toda a gente, creio... Sou pela vida! mas mais que isso, talvez por tudo que reconheço nisto que É A vida, sou ainda mais pela Dignidade da Vida.
sou pelo Sim neste referendo que se aproxima.
Sim! Por isso mesmo, por ser Pela Vida.

Há uma frase que diz em breves palavras o que me leva a pensar assim:
“Se todo o aborto é um mal, o aborto clandestino é uma catástrofe.”
A pergunta devia ser, claramente, se se concorda com a criminalização das mulheres que recorrem (pelas suas razões e, provavelmente, de outros) à interrupção voluntária da gravidez.
Porque o que está em causa na lei, tal como a temos, é isso mesmo. E Só!

Sou pela Maternidade plena. Sou pela Paternidade. E a paternidade não é reflectida nesta concepção torpezinha da realidade da gravidez… nenhuma mulher engravida (sem querer) sozinha! Então como, porquê, pensar a penalização só para ela (este “só”, bem entendido, para aqueles que apoiam a lei, tal como ela existe) que, à luz do que há-de ser a Parentalidade, a grávida é só uma metade do facto?!

Como sou pela Parentalidade, quero dizer, por pais e mães que sejam mesmo Pais e Mães que desejam e se assumem na plenitude desse desejo, capazes de tudo fazer para garantir a sustentabilidade harmoniosa da vida que fizeram, só posso votar Sim no referendo.

26 Comments:

Blogger Farkas said...

Gosto mesmo do termo Parentalidade,leva-nos a pensar
bem na importância da Harmonia e no valor das cumplicidades.O meu sim

1:05 da manhã, janeiro 18, 2007  
Blogger maria said...

:)
Olá, farkas! É mesmo bom encontrá-lo (também) por aqui!
Pois é... a Parentalidade é isso mesmo, a importância da harmonia, das cumplicidades, dos valores partilhados. :)

(Este comentário foi "música" para os meus olhos! ou não fosse a escrita, ser tb ela, outra forma de arte!)

3:57 da manhã, janeiro 18, 2007  
Blogger açoriana said...

Junto-me a vós nesta caminhada pelo SIM à Parentalidade, não só porque deverá estar nas nossas mãos decidir quando estamos preparados para viajar em 1ª classe até ao maravilhoso Mundo da Maternidade/ Paternidade mas também porque o melhor do mundo são as crianças e elas merecem o que de melhor temos para dar!

6:21 da manhã, janeiro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Nunca tinha pensado na coisa desse modo. Concordo, mas tens que abrir uma excepcção, não sei se sabes, mas a concepcção imaculada ainda existe...

9:58 da manhã, janeiro 18, 2007  
Blogger * said...

sim

dumb: todas as concepções são imaculadas! e qdo não são o melhor é abortar :-)

11:07 da manhã, janeiro 18, 2007  
Blogger Marx said...

Gostei da reflexão. Mas, basicamente, da «parentalidade». Descoberta feliz, tal como o seu significado deverá, sempre, ser.

12:57 da tarde, janeiro 18, 2007  
Blogger Choninha said...

Já em 1998 a pergunta parecia feita por um engenheiro agrónomo. Ganhou o não e ficou assente, a breve trecho, a instituição de educação sexual nas escolas. Pois. Isto é tudo uma grande treta. Eu que sou uma preguiçosa para votar fui dar a minha opinião porque sou mulher e conheço a realidade. Só não vê quem não quer. A minha opinião ficou abafado pelas criaturas que preferiram ir a banhos e se calhar agora andam aí em movimentos cívicos a apregoar tontices. Raio de país, Maria, estou cheia de vontade de nesse dia ir passear pela praia e escrever o meu sim na areia, qualquer das maneiras há-de haver sempre uma onda mais forte a apagar...

Beijo para ti, doce Maria. Eu continuo por cá, o "Manel" é que tem pouca vontade em mostrar-se.

2:16 da tarde, janeiro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Concordo com o texto e também com a grande afirmação encontrada no comentário-da Mónica:
«todas as concepções são imaculadas!das! e qdo não são o melhor é abortar » É mesmo.
Para que, para além doutras questões,não aconteçam coisas como a de um pai adoptivo ser condenado pelo bem que fez - criar uma ciança que o pai biológico renegou
e agora quer de volta, sabe-se lá bem porquê e para quê...

Eu sou,por princípio, contra o aborto - ninguém, a não ser depravados - o aceita facilmente -mas voto, como há 8 anos, SIM e faço apelo a que todos vão votar, independentemente das suas convicções.Por isso, e pela 1ªvez, troquei a imagem do perfil do meu blogue por um apelo ao SIM (quando terminar, recolocarei outra imagem e possivelmente os versos de Caeiro que lá estavam -o mesmo que se queixava das suas falsas parentalidades-no Poema VIII).

5:01 da tarde, janeiro 18, 2007  
Blogger paulo said...

Sim.

5:25 da tarde, janeiro 18, 2007  
Blogger Luís Pedro Madeira said...

Não se podem fazer elegias à Vida sem falar nela: a Vida emergente, irrepetível e única que é gerada e não sabe que o pai fugiu ou a mãe está com medo ou ambas as coisas ou ainda piores.
Claro que há dramas. Sempre houve. Sempre haverá.
Claro que temos direito às nossas escolhas.
Mas devemos à Vida que carregamos e à capacidade de a continuar a gerar o direito de a respeitar e não agirmos como pequenos deuses dizendo quando e onde ela se deve manifestar.
Pelos que, tal como nós, querem um dia escolher votarei Não!

11:42 da tarde, janeiro 18, 2007  
Blogger zé lérias (?) said...

É um bom raciocínio.
Eu ainda não sei o que vou fazer. Jáa sei que não vou votar "não".
A minha dúvida está entre ir votar (abstenção ou sim e ficar em casa).
Bom fim semana, amiga Maria

4:10 da manhã, janeiro 19, 2007  
Blogger manhã said...

Bom dia Maria! (espero que tenha dormido!!)
esta ideia de parentalidade não é válida apenas para os pais biológicos, penso, (ou será?)SE tem a ver com quem cria e dá os afectos,parentes são aqueles com os quais temos laços afectivos que não se destróiem facilmente. parece-me uma excelente ideia e um bom argumento.

10:06 da manhã, janeiro 19, 2007  
Anonymous Anónimo said...

A alegria é um dom que se adquire a arte a tristeza que se transpira
em beleza...
Eu volto
Beijinhos
Belo
Conceição Bernardino

10:16 da manhã, janeiro 19, 2007  
Anonymous Anónimo said...

"sou pela Parentalidade"

Também será todo aquele que dentro de sua dignidade humana souber valorizar a vida que trouxer ao mundo, souber dignificar esse ato de amor que deve acompanhar o pai, a mãe, o casal, no sublime gesto de deixar vir ao mundo um ser que não pediu para nascer, e que por isso mesmo merece todo o respeito na sua fragilidade, e todo o amor que deve cercar esse pequeno ser que sempre, em qualquer situação, deverá ser uma dádiva na vida daquela que lhe coube o privilégio de dar a luz. E do pai que para isso contribuiu.

Parabéns pela excelência do seu espaço.

Gostei daqui, e vou voltar.

1:42 da manhã, janeiro 20, 2007  
Blogger Lourenço Viana said...

Pois sim...

6:07 da tarde, janeiro 20, 2007  
Blogger maria said...

Uma explicação...
Quando iniciei as "lides" deste blog, pensei poder manter a abertura total a comentários a todos os textos ou imagens que por aqui fosse colocando.
Não pode continuar assim...

Para isso aqui fica o recurso à moderação de comentários... que me desagrada mas a que me vi obrigada.

Digam de vossa justiça! Sempre!

:)
"... Seja bem vindo
Quem vier por bem..."
[ou não fosse assim que dizia O Zeca!]

12:34 da manhã, janeiro 22, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Maria: agradeço sua carinhosa visita, bem como a alusão feita a Ana Carolina, uma de nossas intérpretes/compositora de maior cartaz aqui no Brasil. Apesar de não ser uma cantora de minha prefência, acho que algumas de suas músicas merecem uma atenção especial.

Mas queria esclarecer que aquilo que lestes na minha postagem não foi uma das suas músicas, mas sim uma tentativa minha de compor uma poesia. Podes me imaginar rindo...

Dentro dessa linha, comunico que já existe uma outra na postagem atual, ou seja, um ¨arremedo¨ de poesia.

Deixo para ti um abraço carinhoso.

3:33 da tarde, janeiro 22, 2007  
Blogger paulo said...

Maria, sendo a menina uma enormidade, não estranha a ninguém que provoque enormidades. O bom do espaço que todos ocupamos é que a regra é ser civilizado; o mau é que nem sempre é assim. Querendo com isto dizer-lhe, com toda a sinceridade, que me modere sempre que lhe aprover. Xi.

5:37 da tarde, janeiro 22, 2007  
Blogger A. Pinto Correia said...

Estamos de acordo. Não suporto a argumentação torpe, mesquinha e hipócrita dos defensores do "não à despenalização". Porque é disso que se trata.
Beijo

11:38 da manhã, janeiro 23, 2007  
Blogger S. C. R. said...

Só quem passa pela experiência de um aborto clandestino consegue avaliar o que realmente se pretende com este Referendo.

Ninguém faz interrupções de ânimo leve e só porque nesse dia não lhe apetece ser mãe. Muitas vezes não há mesmo outra solução! E as mulheres que recorrem a isto não têm alternativa! Depois de passarem pelo terros e horror que é a Clandestinidade, ainda têm de enfrentar os tribunais e poderem ser presas por 3 anos?

Eu voto pelo Sim. Apenas para que as nossas mulheres possam ter mais Dignidade!

10:04 da manhã, janeiro 24, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Não, não é só a descriminalização. É também e principalmente poderem serem assistidas por médicos, enfermeiras e parteiros em hospitais.

4:41 da tarde, janeiro 26, 2007  
Blogger Cláudio Guerra said...

Oi,
Queria apenas deixar a minha opinião sobre este referendo e sobre o aborto.

Sendo objectivamente simplista, prefiro que as mulheres recorram sempre ao aborto a ter cada vez mais crianças sem condições minimas de vida!

Ás pessoas que defendem o não porque são a favor da vida, eu pergunto qual vida?! A maioria dessas crianças jamais viverá apenas sobreviverá. É isto que queremos para as nossas crianças?

Obrigado pelo espaço de opinião concedido. bom blog

7:54 da tarde, janeiro 26, 2007  
Anonymous Anónimo said...

A liberdade de decisão é um valor que prezo muito. Quando há três envolvidos, contudo, o caso parece-me mudar de figura. Compreendo quem defende que não existe vida humana até determinada altura, embora não partilhe desse ponto de vista. Mas não deixa de me surpreender que os homens, que tantas vezes reclamam, com razão, da menorização a que são forçados por uma sociedade que - pelo menos, em teoria - enaltece as mães, aplaudam a institucionalização de uma decisão que os pode dispensar em absoluto, sendo eles parte interessada.
Sabemos todos que, não fora o abandono para o qual são empurradas, muitas mulheres não decidiriam abortar. Fico a pensar se, por detrás do tão politicamente correcto apoio incondicional a quem considera que, na sua barriga, manda sozinha, muitos ilustres cavalheiros não esfregam as mãos de contentamento pela possibilidade de total desresponsabilização. Quanto a tantos outros, os que são pela paternidade responsável, já terão pensado que podem não ser tidos nem achados numa gravidez da qual são co-responsáveis?
Estarei a ver mal o problema... Já não se precisa de homem para engravidar...poder-se-á ter o beneplácito da lei para abortar sem o conhecimento do pai. Será o advento do despotismo no feminino?

9:09 da tarde, janeiro 26, 2007  
Anonymous Anónimo said...

mmComeço por estar de acordo como apresenta a sua opinião,estruturada
Sou uma mulher que presionada pelo marido e por casais(anos 60)fez aborto unicamente que um chegava bem?Porque outro iria complicar a nossa forma de vida!Claro que não foi só este.Anos70 tornei-me empresária,passado 2meses volto a engravidar,novamente,só que desta vez apessar de estar em começo de nova vida quem decide sou eu não deixo que ninguém me obrigue ou me chame atrazada intelctual.Ia comtrês meses de gestaçao,ento de orgencia no hospital,meditei,logo me disseram para pedir ao médico para finalizar o caso.Deixei que tudo corresse como omédico decidiu,
tentar salvar o filho.Tive esse filho.Nunca me senti encomodada no meu percuso de empresária(comerciante)Este filho tem sido o meu maior amigo e o esteio na familia.
Sou a favor do apoio à mulheres que queiram ser mães.
Sou contra a pena de morte
" " Guerras

" " Por uma maior conhecimento na educação sexual,por uma maior responsavilidade no mesmo(no anos em que vi envolvida não havia as defezas de hoje)
Não quero ver ninguém preso!Mas hoje me sinto muito triste como tudo se trata como uma banalidade.
Voto Não para que o assunto seja tratado como diz no seu poste.

1:04 da manhã, fevereiro 02, 2007  
Blogger Unknown said...

Maria, gostei muito deste teu texto e achei genial a ideia de um comentário aqui deixado sobre a concepção imaculada.

É triste quando algumas plataformas inventam argumentos totalitários para impedir uma simples resposta.

Figuras nulas, surdas, febris e que não ascendem. Conseguem transformar o inútil no imcompreensível.

Contra a claridade nula! Por isso voto SIM.

Bjzz Livres

12:26 da manhã, fevereiro 05, 2007  
Blogger maria said...

Olá, Claudio!!! :)
(Cá está talvez a grande maravilha desta era "virtual"... o reencontro!)
Sim, é a importância da dignidade da vida que me leva a pensar como o faço em relação a esta questão!

paulo mello, cá volto! :)

marta... sim, pois é! Sem dúvida que também é por isso mesmo que importa mudar!

paula, sim, a importância do potencial pai, aqui, também me preocupa, claro! Não percebo como se retira, de todo, o sentido à paternidade quando se apresenta a discussão assim reduzida... só me parece que, para já, e atendendo à proximidade do dia em que é preciso responder, a pergunta é aquela e o sentido da decisão terá de ser o que melhor (ou menos mal) responda ao que se passa efectivamente...

Estou mortinha para que passe o dia 11!
Apetece-me voltar à questão da parentalidade e de filhos-desejo! Para a semana é o que farei! Apetece-me escrever sobre isso mesmo...

Peixinho...
olha, só me apetece dizer aqui que gosto muito de te ouvir! :)

7:34 da tarde, fevereiro 07, 2007  

Enviar um comentário

<< Home