quinta-feira, outubro 27, 2005

sobre os sentidos (II)


À imagem chamei, na altura, "só o silêncio..." e depois, dentro dela, levava escrito que

só o silêncio pode dizer o que as palavras não sabem

[Só uma experiência... queria ver se as minhas "velhas" fotos guardadas no armazém do também "velho" foto.pt podiam ser trazidas para aqui...Parece que sim! aaaaaaaaaaaaaaa:) Já lá vão uns anos! mais de 4... asimaEsta foi feita a caminho de Beja! ]

quarta-feira, outubro 26, 2005

Fadas

“Nós entendemos melhor um conto de fadas quandojá não acreditamos em fadas. Porque então o que nos fala não é a limitação da sua suposta realidade, mas o seu maravilhoso que não tem limite algum”.
Vergílio Ferreira

sobre os sentidos (I)

Experimento as tuas mãos a passearem-me, a passearem-se em mim…
e é por isso que se agiganta a saudade…

quarta-feira, outubro 19, 2005

contra mim... apenas

“Não sei se podemos sempre fazer tudo. Muitas vezes queremos tanto mas... não fazemos nada.
Em boa verdade esta é uma fase em que não me sinto capaz de exercer crítica, criatividade, utopia.
Limito-me a ir fazendo parte da flora. Crescendo e amadurecendo à espera de cair e apodrecer.
Não é nada contra o mundo.
É contra mim apenas. Aliás, agora, eu sou miseravelmente o mundo.”
(alguém... um dia passado)

Que mundo? Que andamos nós a fazer ao nosso mundo? Porque estaremos, tantas vezes, assim, longe de nós, dos outros, de todos, de tudo? Ou não? Talvez não, talvez estejamos apenas a um passo do que vamos conseguir, talvez falte apenas um passo para chegar onde mais queremos, talvez falte apenas... mais um pouco de querer... mais um pouco de crer!
Às vezes bastaria um pouquinho mais de resistência e estaríamos quase lá. Bastaria um bocadinho mais de força e tudo se resolveria. Bastaria um nadinha mais de palavras partilhadas e... nenhum problema deixaria de ver a luz (pois, não é como diz o povo: da discussão...)
O problema é que, às vezes, esquecemo-nos do que realmente importa.
Às vezes ... esquecemo-nos de quem somos, do que somos, de como nos queremos ...
Por isso,
…às vezes, o que mais nos falta é acreditar. Em nós.
a

quarta-feira, outubro 12, 2005

Há dias para tudo


O 10 de Outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental.
Estive envolvida numa acção de sensibilização sobre a “coisa”.
Primeiro passou-se a versão da Meca do Cinema sobre a figura do John Nash depois convidaram-se a falar duas pessoas peritas no tema e/ou personagem retratada…

Viu-se o filme (procurava focalizar-se a atenção para a experiência das famílias, no convívio com sujeitos problemáticos).

Ora eu, que já tinha visto o dito enredo umas duas ou três vezes antes, que ainda tenho meia dúzia de costelas matemáticas e que até me vejo (cada vez mais) enrolada nas questões que cuidam o modo como as pessoas lidam com elas e, consequentemente, como lidam com os outros [ou isto, precisamente, ao contrário]…

… Reparei que, em boa verdade, a única coisa que ali preocupava toda a gente era esta impressão crescente de ninguém (ou pouca gente) saber lidar bem com os outros, de poucas pessoas afirmarem, de consciência cantada, que estão bem na vida que é a sua e no jeito de se darem aos outros que consigo, de algum modo, partilham os dias.

Bom… tudo isso no dia dedicado à saúde mental… mas, convenhamos, é mais outro que devia ser como o Natal, não?! Cuidarmos dela (a saúde mental, está bem de ver!) antes que ela arrume connosco!

O meu elixir passa pelas palavras, as que se trocam, as que se dizem, as que se escrevem mas, muito especialmente,
as Palavras Partilhadas!
Contem, Qual é o vosso?
a

sábado, outubro 08, 2005

imprescindível escrever...

Há alturas em que tudo acontece e nada sobra para colar em letras.
Assim, como se uma rede ou um turbilhão, uma janela em forma de guilhotina, uma comporta, uma maré viva, uma monção… fizessem gala em vir juntas e impedir-nos de respirar. Paralisando os dias. Sufocando as palavras. Arrastando as ideias para longe demais dos nossos olhos e perto, tão perto, do que nos resta do coração.

Passou por mim um tempo desses… desde a volta da terra onde todas as entradas de casa mostram cores convidativas, onde a manteiga é mais suave e o verde a cor de vida.

Foi o computador de casa que resolveu adoecer e comer informação valiosa;
Pessoas e ausências que não podiam ter ido embora assim, sem aviso, demasiado depressa, sem darem tempo ao tempo de lhes pegar na mão e agradecer terem sido quem foram;
Horas e corridas nas azafamas tolas dos dias todos iguais e convencidos das prioridades antigas e assumidas como se únicas, inabaláveis… subitamente postas em causa.
Instantes em que tudo se leva à beirinha de um abismo de perguntas, de respostas simples, de dúvidas novas…

Aconteceram-me daqueles momentos certos em que, não havendo tempo para mais nada que o urgente das coisas inevitáveis, me vi seca e sem voz.
Precisava escrever e não tinha esta máquina que transporta o trautear do bater dos dedos para as frases que nos contam… quase pareço não saber escrever sem este teclado, esta coisa chamada computador, este canto da casa onde só de mim ouço e a todos posso ler…

Voltei.
E foi depois de escrever sobre a escrita que aqui consegui vir.
Encontrar-vos!
Procurar saber como estão!
*